quinta-feira, maio 18, 2006

Hoje Inexisto

Só para não acharem que eu abandonei isso aqui.

Hoje Inexisto

Dor. Dor. Simplesmente dor.
A dor me corrói, é tudo o que posso sentir no momento, nada além de dor.
Acabou, finalmente toda esperança que havia dentro de mim se foi e nada mais posso fazer.
Hoje, que parecia um dia qualquer, tornou-se, com apenas uma palavra, apenas quatro sílabas, no pior dia da minha vida. A coisa que eu mais temia que acontecesse se transformou numa cruel realidade.
Fui dilacerado, corrompido, rasgado, jogado, pedaços meus se espalham pelo chão numa mistura nojenta e podre de sangue e lágrimas. Lágrimas não, pois nem ao menos chorar eu consigo.
Não resta mais nada, nada em mim, nada a fazer, nada a pensar.
Em pensar que a poucos segundos estava feliz. Como a vida é volátil, como a felicidade é volátil, frágil. Num minuto feliz no outro em tanta dor que nem infelicidade se pode sentir.
Infeliz, isso é o que vou me tornar ao fim da dor que, por mais eterna que pareça, sempre acaba, mas também sempre deixa marcas.
Estou sendo comprimido, apertado, diminuído, impedindo-me até de escrever. Há anos estou nesse parágrafo, há anos estou em dor.
O que há mais a dizer se nem respirar é possível?
Preciso ao menos preencher esta página, uma página sequer.
Como uma dor que não cabe em mim não perfaz um mero pedaço de papel?
Estou sufocando. Sufocando.
Eu não consigo.
Eu não consigo mais.
Não mais.

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