quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Reparação

É raro ver um filme ter o final que realmente deveria.
Quase todos tem aquele mesmo happy end hollywoodiano de sempre.
Vários filme já foram estragados pela estupidez dos estúdios, ou dos próprios cineastas, ao simplesmente enfiar um final totalmente fora do exigido pela história em troca de uma simples pseudo-satisfação do espectador.
Então quando se vê um filme que tem coragem o suficiente para trazer a conclusão que merece devemos aplaudi-lo e prestigiá-lo.
Ainda mais quando ele é efetivamente reconhecido não só pela crítica, mas também pelo público e pelas premiações mais ignorantes como o Oscar.
Principalmente num ano em que todos os cinco indicados à melhor filme tem finais no mínimo ambíguos.
Se eu já havia me surpreendido com o fim de Juno eu fiquei ainda mais chocado com o fim de Desejo e Reparação, os dois únicos indicados que eu vi até agora.
Não que ele seja completamente imprevisível, muito pelo contrário, eu já esperava por ele desde a metade do filme.
O que choca na verdade é a coragem que eles tiveram em realmente usa-lo.
Seria muito mais fácil simplesmente colocar um finalzinho feliz e sem sal que deixaria os fãs de romances baratos mais do que satisfeitos. E é justamente isso que você acha que vai acontecer em um determinado momento.
Até cinco minutos antes do fim eu já estava decepcionado com rumo que o filme parecia tomar só para ser surpreendido no último momento com o final merecido.




E já que eu estou falando do filme não tem como deixar de mencionar a excepcional trilha sonora criada por Dario Marianelli, o mesmo de V de Vingança, que é um dos seus pontos altos.
Assistam se ainda der tempo, esse definitivamente não é apenas um indicado menor.
E se for eu não vejo a hora de assistir a Sangue Negro e a Onde os Fracos Não Têm Vez.

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