terça-feira, fevereiro 13, 2007

Filosofia de Banheiro

Há cinco maneiras básicas de se passar pela vida. Algumas pessoas dizem que a vida é muito curta quando ela é, na verdade, muito longa.
Se as pessoas acham que a vida é curta é porque elas a fazem curta. Seja colocando uma arma contra a própria cabeça, seja por causa de drogas, cigarro ou mesmo o pior dos males, a inconseqüência.
Nem precisa ser uma dessas coisas grandes e óbvias, pode ser por simplesmente esquecer de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua ou por descer as escadas com, nem que com um pouco, de displicência demais.
Talvez nem seja de maneira literal, como exagerando no álcool ou entupindo suas artérias, talvez nós façamos que nossas vidas pareçam curtas pela culpa e tormento de termos desperdiçados todos aqueles momentos em que nós poderíamos realmente ter feito algo dela. Não que eu esteja falando de algo grandioso ou dramático, apenas algo.
Há cinco maneiras básicas de se passar pela vida, que talvez nem sejam cinco mas eu não quero enumera-las.
O segredo é não seguir nenhuma delas. Por que passar a vida de uma maneira básica se se pode fazer muito mais? Ou, mais importante, menos?
Cá estou falando baboseiras, escrevendo palavras vazias e sem sentido que nem mesmo eu consigo segui-las.
Para quê?
Para quem?
Por quê?
Talvez porque vivemos em um mundo em que crianças são, dependuradas em um carro, arrastadas por sete quilômetros pelo chão, talvez porque são três da manhã eu estou com sono, ou porque vi filmes demais, ou tudo isso não passa de um reflexo da dor de cabeça que há muito veio e não passou. Quem sabe não seja um efeito colateral da abstinência.
Abstinência de cafeína ou da caneta, tanto faz.
Se for da caneta eu estou aqui, papel e caneta na mão.
Se for da cafeína não há nada que se possa fazer até amanhã. Eu poderia até esquentar um pouco d` água, pegar um pacotinho vermelho e ver seu conteúdo cuidadosamente medido magicamente se transformar em café. Mas eu sou contra esse tipo de artificialidades, pelo menos com relação ao café.
Um homem tem o direito de ser purista com relação uma coisa na vida, se eu não tenho coragem para o ser com relação a qualquer outra coisa eu o sou com relação ao café.
A cafeína, por outro lado, é sempre bem vinda. Seja na forma de chocolate, coca-cola, chá ou até mesmo daqueles comprimidos contra dor de cabeça.
Infelizmente eu não tenho nem os comprimidos, ou qualquer outro.
Então eu fico com minha dor de cabeça, minha abstinência e minha filosofia barata.

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